 |
Parte do espólio com cangas, chavelhas, trilhos,grades. |
Ramiro Duque nasceu em
Lapas em 1924 e toda a sua vida viveu na aldeia. Aos 12/13 anos inicia o
ofício
de segeiro, profissão que consistia em fazer e reparar carros de bois e
carroças, nesse ofício trabalhou em várias empresas, mais tarde inicia-se na
carpintaria de moldes que requeria mais perfeição, onde trabalhando em grandes
empresas torrejanas como os
Lourenços e a
Casa Nery.
Desde cedo, a sua vida teve ligada
à carpintaria, desta forma, compreende-se que o trabalho de artesanal de
trabalhar da madeira, surge apenas em último recurso, “quando não há nada para fazer”. E aparece como um desafio, ”se este e aquele fazem trabalhos em madeira,
porque não vou experimentar para ver se sou capaz?”.
 |
A junta de bois ainda com muitas arestas por limar |
Ainda assim, guarda um pequeno
espólio, com
charrueco,
grade,
trilho (puxado
normalmente por uma mula),
chavelhas que se colocava atrás da
canga no carro de bois. E várias
cangas
de dimensões várias, que eram uma peça de madeira que prendia os bois ao
charrueco, ou ao carro de bois. Uma vez, fez uma
carroça em miniatura que
foi ofereceu para uma festa, posteriormente, na festa, a carroça foi vendida,
mas não foi tarefa fácil, dado que existia muita procura para pouca oferta.
Atualmente está a trabalhar numa
junta de bois.
Nunca fez exposições e nem nunca
vendeu, nem pretende vender nenhuma peça de artesanato. Até já recusou
emprestar as peças para exposições, de vez em quando é visitado por algum
curioso e já fez entrevistas para jornais. Com quase 90 anos, apenas pretende
ter descanso.
Fontes:
Entrevista áudio com Ramiro Duque, realizada em 19 Abr. 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário