quinta-feira, 25 de abril de 2013

António da Laura – Arte e Ofícios de Trabalhar a Madeira

António Coelho Cambé, mais conhecido como “António da Laura” nasceu nas Lapas numa família pobre e humilde no ano de 1929, logo muito cedo começou a trabalhar na agricultura, onde foi boieiro desde os 10 anos.
O boieiro de Lapas com seu carro de bois

Anos mais tarde, na entrada da idade adulta, começa a trabalhar na fundição da Casa Nery, até ser obrigado a reformar-se devido a problemas de saúde. Depois disso é que começou a trabalhar a madeira para ocupar o tempo livre, mas nunca teve nenhuma experiência profissional ligado ao trabalhar a madeira.

A sua obra aborda temas relacionados com a cultura, a história, o folclore de Lapas com grande ligação ao trabalho no campo, juntas de Bois, charruecos, charruas, grade, carro de bois, galeras, carroças, mulas, burros, pequenos utensílios para trabalhar no campo (enxada, foice roçadora, ancinho, forquilha, pá, machados, serras e serrotes). Uma réplica de um lagar de azeite, outra de uma destilaria de água-ardente. Também tem um interessante conjunto de instrumentos musicais, não tivesse sido António da Laura músico da SMUT.
O tradicional Lagar de Azeite

Ofereceu muitas peças a familiares e amigos e ainda vendeu algumas carroças e uns carros de bois… Chegou a expor as peças em escolas e foi convidado a participar em feiras em Torres Novas.

António Coelho Cambé faleceu aos 76 anos no ano 2006.

Fontes:
Entrevista áudio com Noémia Repolho, viúva de António Coelho Cambé.

Ramiro Duque – Arte e Ofícios de Trabalhar a Madeira

Parte do espólio com cangas, chavelhas, trilhos,grades.
Ramiro Duque nasceu em Lapas em 1924 e toda a sua vida viveu na aldeia. Aos 12/13 anos inicia o ofício de segeiro, profissão que consistia em fazer e reparar carros de bois e carroças, nesse ofício trabalhou em várias empresas, mais tarde inicia-se na carpintaria de moldes que requeria mais perfeição, onde trabalhando em grandes empresas torrejanas como os Lourenços e a Casa Nery.

Desde cedo, a sua vida teve ligada à carpintaria, desta forma, compreende-se que o trabalho de artesanal de trabalhar da madeira, surge apenas em último recurso, “quando não há nada para fazer”. E aparece como um desafio, ”se este e aquele fazem trabalhos em madeira, porque não vou experimentar para ver se sou capaz?”.
A junta de bois ainda com muitas arestas por limar
Ainda assim, guarda um pequeno espólio, com charrueco, grade, trilho (puxado normalmente por uma mula), chavelhas que se colocava atrás da canga no carro de bois. E várias cangas de dimensões várias, que eram uma peça de madeira que prendia os bois ao charrueco, ou ao carro de bois. Uma vez, fez uma carroça em miniatura que foi ofereceu para uma festa, posteriormente, na festa, a carroça foi vendida, mas não foi tarefa fácil, dado que existia muita procura para pouca oferta. Atualmente está a trabalhar numa junta de bois.

Nunca fez exposições e nem nunca vendeu, nem pretende vender nenhuma peça de artesanato. Até já recusou emprestar as peças para exposições, de vez em quando é visitado por algum curioso e já fez entrevistas para jornais. Com quase 90 anos, apenas pretende ter descanso.

Fontes:
Entrevista áudio com Ramiro Duque, realizada em 19 Abr. 2013

Victor Piranga - Arte e Ofícios de Trabalhar a Madeira

Victor Manuel Piranga Faria nasceu Lapas no ano de 1940 e viveu quase toda a vida na aldeia. Desde cedo começou a trabalhar na agricultura em Lapas, posteriormente trabalhou na Casa Nery e na ECA em Torres Novas.

O trabalho na madeira surge numa fase já tardia da vida já despois dos dos 60 anos, começou como uma brincadeira para passar o tempo livre. O primeiro trabalho foi uma réplica em miniatura de mobília de sala e quarto, depois nunca mais parou, cada trabalho serviu sempre para aperfeiçoar a técnica, fez várias réplicas de mobília, grande quantidade de pequenas arcas, uma bicicleta e várias casas de campo, que para além de ser um belo elemento decorativo de uma casa, também podem ter a funcionalidade de guardar coisas variadas no seu interior. 
O mobiliário de cozinha e o senhor Victor Piranga ao lado da réplica da Igreja
Existe uma certa nostalgia na sua obra, recordações do passado, como uma réplica da Ponte dos Pimenteis, outra da Ponte Antiga que ligava as Lapas à Banda Além, ligado à vida agrícola uma tarambola inspirada numa que existiu na Pomar do Oliveira, uma nora tradicional que servia para tirar água dos poços, ou uma Cegonha (picota), engenho que servia para tirar água do rio. Ou a impressionante replica do mobiliário de cozinha “dos pobres” que se inspirou na casa do país, que mostra algumas deliciosas particularidades da vida quotidiana de Lapas, nos anos 50 e 60 do século passado. Tais como, o cântaro de barro, alguidares, ou a estante “ a rede”.

Cada peça é única e deu um gosto especial fazer, porém, a réplica da igreja de Lapas, foi a peça que lhe deu mais prazer de fazer por toda a complexidade e desafios diariamente encontrava. Diz que toda a gente que vê considera que o trabalho é uma “autêntica cópia da igreja”. Investiu muitas horas de volta deste trabalho, “por vezes levantava-se às 6 da manhã e mal dormia sempre a pensar como haveria de resolver um problema na igreja”, mas também havia dias praticamente não pegava no trabalho, “há dias que a cabeça não estava para essas coisas” e desta forma é impossível contabilizar as horas para se fazer uma peça com esta.

Nunca vendeu nada, ofereceu sempre grande parte dos trabalhos aos familiares como recordação. Também não tem qualquer intenção de criar peças para venda, mas considera poder-se-ia desenvolver exposições onde os artesãos de Lapas podiam mostrar os seus trabalhos. De momento, está a trabalhar numa espécie de uma maquete em madeira de mais um monumento emblemático de aldeia. Qual será… isso é o autor que tem de explicar.

Fontes:
Entrevista áudio com Victor Manuel Piranga Faria, realizada em 18 Abr. 2013 

domingo, 14 de abril de 2013

Sociedade Musical União e Trabalho

O concelho de Torres Novas tem uma grande diversidade e rico em termos de bandas filarmónicas, Torres Novas, Riachos, Meia Via, Pedrogão, Outeiro Grande, Mata, Ribeira e as Lapas, com a Sociedade Musical União e Trabalho (SMUT). De todas, a SMUT é a banda filarmónica mais jovem, fundada em 18 de Outubro de 1920.

A banda em 1925 (foto espólio da SMUT)
Tudo começou nas festividades da aldeia em de Agosto de 1920, uma banda prominente de Ourém, regida pelo “mestre Branco”, fez a animação musical. No dia seguinte, os jovens assobiavam pela aldeia alegremente as melodias do concerto do dia anterior. O “mestre Branco” surpreendido com o talento inato da juventude decidiu fundar a banda. Inicialmente chamava-se “Banda Recreativa de Lapas” (1920), depois, “Academia Musical União e Trabalho” e por fim, “Sociedade Musical União e Trabalho” (desde 1930). A banda surgiu com grande exuberância, a aposta inicial foi a formação musical dos novos músicos e nos anos 30, a SMUT já era uma das melhores bandas do concelho.

Flor do Almonda (Foto Espólio da SMUT)
Ao longo destes anos, a dinâmica cultural da SMUT, nunca se limitou somente à vertente musical, paralelamente, a coletividade sempre apoiou grupos e secções que realizavam atividades e eventos como, o Teatro e Revistas (teatro), organização de excursões, caminhadas e a festa de verão “SMUT em Festa”. No passado, chegou a ter dois Ranchos Folclóricos, um infantil e outro adulto. E quando o Carnaval era comemorado de forma exuberante em Torres Novas durante muitos anos, a SMUT participava o seu carro alegórico. Nos finais dos anos 50, os jovens da banda criam um conjunto musical que marcou uma época, conhecido como, a “Flor do Almonda”. Tocavam música ligeira e era um projeto bastante inovador e prestigiante para a coletividade. “Flor do Almonda” teve muito sucesso e era bastante requisitada em toda a região e as receitas revertiam para a coletividade.      

Ensaio da Banda Filarmónica
Claro que nem só de sucesso é feita a sua história, ao longo de tantos anos é normal, existir altos e baixos, a SMUT não se livrou de várias crises diretivas que condicionaram muito o seu trabalho. No entanto, sempre houve força para voltar a reerguer a instituição. A última “crise” ajudou traçar o novo rumo, nestes últimos anos, a SMUT viu-se obrigada a abandonar o edifício do Montepio e procurar uma nova sede para sala de ensaios e para guardar todos o seu rico espólio. Foi um rude golpe que podia ser fatal, no entanto, a coletividade estava forte, dinâmica e tinha o apoio e reconhecimento dos habitantes e dos sócios. A solução veio com a doação da antiga destilaria da Senhora Jacinta Trincão. Desde então, SMUT tem canalizado muita da sua força na reabilitação da velha destilaria, para acolher de melhor forma a sede e sala de ensaios. “Há males que vêm por bem”…

Atualmente, a Banda é gerida por uma direção muito jovem composta essencialmente por músicos e apoiada por um conjunto de sócios (assessores de direção). Existe a Escola de Musica para formação musical dos mais jovens e a Banda, composta por na grande maioria por jovens, é regida pelo maestro Sérgio Rocha desde 2007.

Concerto de Reis na Igreja de Lapas.
Anualmente, a SMUT, apresenta um plano de atividade, bastante alargado, com variados concertos, comemorações culturais e recreativas de datas festivas, atividade lúdicas, excursões.

Do ponto de vista de salvaguarda, conservação e divulgação cultural, a SMUT é uma vanguarda e um grande motor em Lapas, onde se destaca, a festa da aldeia “SMUT em Festa”, realizada anualmente em inícios de Setembro; “Concerto de Reis” na igreja de Lapas (Janeiro); festa de Carnaval (anualmente); ou “Noite de Fados nas grutas de Lapas”. A reabilitação da antiga destilaria, que estava a entrar em estado de ruina, a SMUT tem trabalhado na reconstrução com vista a estabelecer a nova sede e sala de ensaios da banda – Casa de Cultura de Lapas “Luís António Trincão”.

Fontes:
MARTINS, Bertinho Coelho, (1991), Lapas – História e tradições, Torres Novas, Serviços Culturais da Câmara Municipal de Torres Novas.
SMUT, Direção, (Junho 2001), Boletim Informativo Nº1, Lapas.
SMUT, Direção, (Outubro 2001), Boletim Informativo Nº2, Lapas.
SMUT, Direção, (Abril 2008), Boletim Informativo III, Lapas.
SMUT, Direção, (Outubro 2008) Boletim Informativo IV, Lapas.

Bairro António Medeiro de Almeida

Muita gente deve estar a perguntar que bairro é este? Ao longo da sua “curta” existência já foi conhecido por muitos nomes… Bairro da Cabrita, Bairro da Fábrica ou da Companhia… ou…

Placa da inauguração
Bairro Almirante Américo Tomás, Presidente da República a quando a inauguração a 6 de Julho de 1969. O Almirante fez questão de estar presente no ato inaugural, tal como prova a antiga placa comemorativa, algo esquecida numa arrecadação dentro do depósito da água no interior do bairro. A placa de grandes dimensões (mais de 1,5m de largura) foi retirada logo após o 25 de Abril de 1974, num período revolucionário quente. O antigo nome deixou de estar na moda e Bairro começou a ser chamado do Bairro da Fábrica e Bairro da Companhia. Recentemente, como que uma homenagem ao homem que o mandou construir, passou a designar-se Bairro António Medeiros de Almeida, que era o antigo dono da Fábrica Fiação e Tecidos de Torres Novas.

Existe toda uma ligação entre o Bairro e a Fábrica Fiação e Tecidos de Torres Novas, foi construído para substituir outro antigo Bairro que se situava mais perto das instalações da fábrica, e tinha como esse, a função acolher as famílias dos funcionários da fábrica originários de vários pontos do país (desde o Alentejo, Trás-os-Montes, Chamusca…). Depois do 25 de Abril, a Companhia vendeu as casas aos habitantes, atualmente, dos moradores mais antigos, a grande maioria teve uma ligação laboral com a fábrica.

Dado que os moradores eram provenientes de vários locais, durante algum tempo não existia uma ligação cultural com a aldeia de Lapas, no entanto, com o passar dos anos, o conviver das duas realidades foram aproximando as pessoas. O grande elo de ligação cultural surgiu em 1985, com a construção do Campo da Bola, tanto os moradores do Bairro como os moradores de Lapas eram ferrenhos adeptos do Grupo Desportivo Juventudes de Lapas. O jogo inaugural, a 18 de Junho de 1985, colocou frente-a-frente o G.D Juventude de Lapas e o C. D. Torres Novas.

Vista sobre o Bairro, mais tarde (lado esquerdo da foto) foram construidos novos edifícios.
O outro elo de ligação entre as duas margens do Almonda era a pequeníssima ponte dos Pimenteís que se encontra atualmente em ruínas. Numa grande enxurrada de inverno, a velha ponte não aguentou as forças das águas do Almonda e ruiu. Uma das razões avançadas por Chico da Chamusca é que os três moinhos dos Pimenteis, que ainda existem junto das ruínas da ponte, tinham deixado de funcionar e assim não ajudaram a escoar as águas pelos seus canais, que se encontravam fechados. Em trono da ponte e dos três moinhos “jaz nas ruínas” um rico património histórico e cultural. A estreita ponte de pedra, que não tinha mais de um metro de largura, com já foi dito, encontra-se em ruínas. Os dois moinhos da margem mais próxima do Bairro, um está em avançado estado de ruína, o outro encontra-se fechado e desconhecemos o seu estado de conservação. Melhor sorte teve o moinho da margem oposta, que foi alvo de uma recuperação e serve, salvo erro, como habitação. Contígua ao moinho existe uma Coudelaria de criação de Cavalo Lusitano.   


Fontes: Testemunho áudio de Chico da Chamusca, 71 anos, ex. funcionário da fábrica Fiação e Tecidos de Torres Novas e residente no Bairro há cerca de 40 anos.

sábado, 6 de abril de 2013

Juntas de bois



Boieiro de Lapas com  sua Junta a lavar com um charrueco
Numa época em que não havia tratores e outros equipamentos agrícolas mecanizados, eram os bois que ajudavam nas lides do campo. Chamava-se Juntas de bois, ao conjunto de dois bois que puxavam os charruecos para lavrar, os carros de bois para transporte, a grade para gradar.  Ainda havia a charrua servia para lavrar os campos no Verão que tinha que ser puxada por duas juntas (quatro bois), para semear o milho quando a terra estava mais dura. O charrueco, mais pequeno que a charrua, lavrava os terrenos para depois fazer sementeiras de favas, trigo e cevada. Segundo, informação do Museu Agrícola de Riachos, os homens contratados para lidar com os bois eram os boieiros, os pequenos e médios agricultores que possuíam juntas de bois eram os cingeleiros. Nas Lapas, os grandes proprietários agrícolas eram os Vieiras (Velhos) que dava trabalho a muita gente na terra, mas também havia pequenos e médios proprietários, que recorriam à Praça dos Homens para angariar mão-de-obra diária. Como testemunho destes tempos existe uma rua chamada “Escadinhas dos Cingeleiros”.
     
Bovinos no rio Almonda com lavadeiras por perto.
Mais tarde, começam a surgir os primeiros veículos motorizados, os ambitantes mais antigos ainda lembram que, os “Velhos” chegaram a ter vários tratores e as juntas de bois deixaram gradualmente a deixar de ser o braço direito do agricultor e passou-se apenas a fazer bois de engorda.

Mário Pereira foi trabalhador rural enquanto jovem, antes de trabalhar na Fábrica Fiação e Tecidos, lembra de quando por alguma razão, os carros de bois tinham de passar “pela vila” (Torres Novas), havia zonas onde havia filas com 15 a 20 carros de bois (nesta altura não havia carros com há hoje).
Palheiro dos Velhos aspeto atual

Testemunho "vivo do antigamente" é a ruina do “Palheiro dos Velhos”, que era palheiro mas também curral onde se abrigava e alimentava os bovinos. Para as gerações mais novas, o palheiro foi sempre um lugar onde ocasionalmente faziam umas brincadeiras, as características de um edifício com dimensões invulgarmente grandes e o estado de meia ruina, assim com as histórias que os mais velhos contavam, transformam o palheiro num local quase tão enigmático como as grutas.

Bois no meio do rio Almonda com a juventude de Lapas.

O palheiro tinha normalmente uma “taxa de ocupação” de entre 200 a 300 cabeças de gado, parte destes animais serviam no auxílio na agricultura, a outra parte eram animais para a engorda, alimentados com os restos do figo destilado, que mais tarde seguiam para matadouro. Para as gerações mais recentes que nunca viram um junta de bois a deambular calmamente pela aldeia, é estranho pensar que em Lapas, na primeira metade do século XX, era comum, manadas de bois entrarem rio a dentro para se refrescar e beber água, depois de um longo dia de trabalho. A escassos metros ao lado, as lavadeiras lavavam a roupa, como toda a vida fizeram e as crianças se banhavam alegremente, como se nada acontecesse.
Museu Agricola de Riachos: Parte da coleção
O Palheiro tinha dois andares, segundo testemunhas, o andar superior estava cheio de fardos de palha e numa trovoada em Junho (?), uma faísca que entrou por uma janela do piso superior e o incendio espalhou-se rapidamente por todo o palheiro. Pouco se podia fazer se não tentar salvar o máximo de animais possíveis. Porém, mais de metade do palheiro ardeu na totalidade e dezenas de animais morreram intoxicados e carbonizados.

Atualmente permanece as ruinas, onde ainda se vê as marcas do fogo. Para quem quiser saber mais sobre as juntas de bois, recomendo uma visita ao Museu Agrícola de Riachos, que possui um grande espólio etnográfico ligado a trabalho no campo e uma coleção muito interessante de vários carros de bois. É claro que temos que ter em atenção que apesar da proximidade, a realidade de Lapas era um pouco diferente da dos Riachos. O museu ainda possui as fotos mais antigas de Lapas do início do século XX.

Fontes:
Entrevistas áudio e conversas informais com: José Rosca, 79 anos antigo taberneiro, Mário Coelho Pereira 82 anos, José Conceição Marcos, 82 anos antigo trabalhado rural e Vítor Cartaxo. Visita e conversa informa com Carlos Amado do Museu Agrícola de Riachos.
Fotos antigas do artigo fazem parte do espólio do Museu Agrícola de Riachos.