segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

As Lapas

Localizada a cerca de 2 Km a noroeste da cidade de Torres Novas, a aldeia cresceu sobe a pequena elevação serpenteada pelo rio Almonda. No topo do monte, situa-se a Igreja, por debaixo da igreja, existe as tão enigmáticas grutas. Acredito que, as grutas são mais antigas que a povoação, pelo menos, diz-se que foram encontradas artefactos do homem neolítico. O historiador torrejano, Artur Gonçalves, menciona que nas grutas, no ano de 411, foi escondida uma imagem de “Nossa Senhora da Graça”. E pelas características do terreno e proximidade do rio, o pequeno monte seria um bom local para construir um castro. Nas proximidades do monte, foi encontrada uma necrópole megalítica. Estes dados atentam que a presença humana é muito antiga, talvez de 2000 a.C. Bertino C. Martins, considera que no século XVI, de todas as povoações rurais da “vila de Torres Novas”, as Lapas era a que tinha o maior aglomerado populacional.

Séculos e milénios de história de um lugar esquecido. Esquecido também parecem as grutas, feitas de tufo. De tufo são também as paredes das casas mais antigas da povoação. E também em Torres Novas, existe ainda imensos edifícios feitos desse material. O bairro das “Tufeiras”, deve seu nome às minas a céu aberto, de onde era talhado as pedras de tufo.

Interior das grutas
Será que podemos supor que as grutas foram minas de tufo? Foram abertas com alguma finalidade, existe marcas de “picaretas” nas paredes. Ao contrário das “Tufeiras”, aqui não se poderia criar uma mina a céu aberto, porque por cima havia as habitações e a Igreja.

Há outro aspeto a curioso a salientar, no passado dizia-se que “nas Lapas, os vivos andam por debaixo dos mortos”, ora antes de existir o Cemitério, os mortos eram enterrados na igreja, ou nos terrenos em redor. Mas por debaixo do Adro e da Igreja encontram-se as grutas.

Um exercício interessante que se pode fazer, depois de visitar as grutas é caminhar no Adro da Igreja e tentar imaginar, onde se encontram as galerias por debaixo dos nossos pés.

Bibliografia:
GONÇALVES, Artur, (1937), Memória de Torres Novas, Companhia Editora do Minho, Barcelos.
MANTINS, Bertino Coelho, (1991), Lapas, História e tradições, Câmara Municipal de Torres Novas

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