Localizada a cerca de 2 Km a noroeste
da cidade de Torres Novas, a aldeia cresceu sobe a pequena elevação serpenteada
pelo rio Almonda. No topo do monte, situa-se a Igreja, por debaixo da igreja,
existe as tão enigmáticas grutas. Acredito que, as grutas são mais antigas que
a povoação, pelo menos, diz-se que foram encontradas artefactos do homem neolítico.
O historiador torrejano, Artur Gonçalves, menciona que nas grutas, no ano de
411, foi escondida uma imagem de “Nossa Senhora da Graça”. E pelas características
do terreno e proximidade do rio, o pequeno monte seria um bom local para construir
um castro. Nas proximidades do monte, foi encontrada uma necrópole megalítica. Estes
dados atentam que a presença humana é muito antiga, talvez de 2000 a.C. Bertino
C. Martins, considera que no século XVI, de todas as povoações rurais da “vila
de Torres Novas”, as Lapas era a que tinha o maior aglomerado populacional.
Séculos e milénios de história de um
lugar esquecido. Esquecido também parecem as grutas, feitas de tufo.
De tufo são também as paredes das casas mais antigas da povoação. E também em
Torres Novas, existe ainda imensos edifícios feitos desse material. O bairro das “Tufeiras”, deve seu nome às minas a céu
aberto, de onde era talhado as pedras de tufo.
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Interior das grutas |
Há outro aspeto a curioso a
salientar, no passado dizia-se que “nas
Lapas, os vivos andam por debaixo dos mortos”, ora antes de existir o
Cemitério, os mortos eram enterrados na igreja, ou nos terrenos em redor. Mas
por debaixo do Adro e da Igreja encontram-se as grutas.
Um exercício interessante que se
pode fazer, depois de visitar as grutas é caminhar no Adro da Igreja e tentar
imaginar, onde se encontram as galerias por debaixo dos nossos pés.
Bibliografia:
GONÇALVES, Artur, (1937), Memória de Torres Novas, Companhia Editora do Minho, Barcelos.
MANTINS, Bertino Coelho, (1991), Lapas, História e tradições, Câmara
Municipal de Torres Novas
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